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quinta-feira, 28 de abril de 2011

alegria/ sorte

Bocejo, uma tenue luz solar entrando pela fresta da cortina… Não quero levantar, sinto um aroma adocicado por perto, olho pro lado e vejo cabelos negros no meu ombro, cabelos longos e negros, bastante cheirosos. Levanto, só de samba-canção mesmo, olho para o lado enquanto me espreguiço e observo você aninhada de um jeito desarrumado que me faz sorrir feito besta. Te dou um beijo na testa, um cheiro no pescoço, e depois recuo me penalizando, pois você está tão linda dormindo daquele jeito, que seria um pecado te acordar.
Me dirijo tropeçando pra cozinha, mordo uma banana e olho pra janeja, dia chuvoso… Você vai dormir pelo menos mais um bom tempo. Dou outro sorriso e penso em uma ideia peculiar… Não custa nada tentar.
Ainda bem que você está dormindo, eu devo ser muito tosco enquanto cozinho, pois tou sempre derrubando uma coisa aqui, outra ali, isso não deve ser muito bonito de se ver… Eu sei é patetico. Finalmente está pronto… Três cachorros quente, suco de maçã e minha especialidade, banana cartola.
Quando chego no quarto com uma bandeja improvisada não tem ninguem na cama, eu olho pra o local confuso e sinto um beijo no cangote que faz meu corpo todo se arrepiar.
-Bom dia – você diz gentilmente.
-Bom dia – e eu te dou um beijinho tentando equilibrar o nosso café da manhã – queria fazer uma surpresa.
-Mas você fez… O jeito como você dança enquanto cozinha é…
-Ridiculo – eu falo entando manter as bochechas não coradas. Me viro e a observo bem, está com os cabelos menos despenteados, com os olhos limpos e usando minha camisa que estava no chão, só ela, e roupas de baixo, deixando suas longas pernas morenas a mostra, enquanto você sorri concordando com meu comentário – suas pernas são lindas… – eu falo com um olhar um tanto quanto tarado.
-Engraçadinho… – você fica rindo, tentando fingir que não está sem jeito e me puxa pra cama.
comemos enquanto conversamos qualquer coisa, estou mais concentrado em te observar, admirar seus olhos cor de café.
-O que foi?
-Nada… Só fico impressionado com a minha sorte, em ter te encontrado, e mais ainda em não ter te perdido.
-Parou já?
-O que?
-De me deixar com vergonha – você diz com o sorriso mais lindo do mundo, eu te dou mais um beijo.
-Ok eu não tou mais olhando…
-Acho bom.
Enquanto te roubo beijos sinto uma alegria passar do meu peito pra minha alma, a alegria por ter quem mimar, quem dar carinho, quem eu possa esquentar, e mais ainda, a alegria de ter o abraço onde eu posso sentir que estou no meu lar.
(…)
Sinto um arrepio de frio, rolo na cama, mas ela é mais dura que o normal, mudo de posição, mas o sono já se foi. Acordo sentindo um aroma cítrico numa cama mais dura que a de costume, ilho pro teto e não o reconheço, me espreguiço e rolo na cama saindo do edredon e sinto um friozinho gostoso, vejo o mural de fotos na parede e vejo várias fotos suas, inclusive uma que te dei de aniversário de nove meses, dou um sorriso besta e levanto coçando a cabeça. Dou um muxoxo por sentir o frio aumentar, olho ao redor e vejo sua camisa no chão, coloco-a. Ela parece tão perfeita em mim, aconchegante, quentinha, e mais importante, está impregnada com seu cheiro.
Vou até o banheiro e tomo um susto. Meu cabelo está todo bagunçado, eu pego um pente e tento domá-lo, mas ele parece querer ter uma batalha séria comigo… Depois de desistir de domesticar meu cabelo pego a minha escova de dente reserva que você insistiu tanto em comprar para quando eu ficasse um pouco mais aqui… Você é muito espertinho pro meu gosto, e mesmo assim eu fico sorrindo enquanto faço a higienização da minha boca. Tento tirar a maquiagem com um pouco de algodão que achei no banheiro, e surpreendentemente consigo um excelente resultado.
Saio perambulando pela casa procurando o dono daquele cheiro citrico, e ouço uma música baixinha vinda da cozinha, chego na porta e fico encostada em silencio, vendo você cozinhar animado e cantarolando baixinho, como se não quisesse me acordar. Dou um grande sorriso e me mantenho ali escondidinha, para não estragar sua intenção, quando percebo que você está terminando a sua banana cartola, eu saio de fininho e fico escondida na sala. Te vejo ir só de samba canção com uma bandeja improvissada até o quarto e parar na frente dele confuso, não resisto e fico de ponta de pé para dar um beijo no seu cangote.
-Bom dia – eu falo do meu jeito mais dengoso.
-Bom dia – você responde com um sorrisão e vem me dar um beijinho quase derrubando nosso café. – queria fazer uma surpresa…
-Mas você fez… O jeito como você dança enquanto cozinha é… – ‘tosco’… mas eu não posso dizer isso a você… acho que é melhor dizer que é fofo…
-Ridiculo – olha ai, você consegue definir sua dancinha melhor que eu, e me faz ficar sorrindo em concordancia. Seus olhos descem do meu rosto para as minhas pernas – suas pernas são lindas…
-Engraçadinho – tarado, é isso que você é, e mesmo assim é muito lindo…
Deixo você me dar comida na boca, faço beicinho, você me dá beijos, cantadas, declarações, eu faço mais beicinho, você me mima mais ainda… Acho que desse jeito você me estraga, mas eu não me importo, pois adoro isso.
-O que foi? – falo ao perceber que seu olhar está perdido nos meus olhos e enquanto sinto um calor subir pelas minhas bochechas.
-Nada… Só fico impressionado com a minha sorte, em ter te encontrado, e mais ainda em não ter te perdido. – você fala como se isso fosse a coisa mais óbvia do mundo, me fazendo ficar com mais vergonha ainda!
-Parou já? – eu falo num tom de falsa irritação.
-O que? – você dá um sorriso divertido.
-De me deixar com vergonha – eu falo fazendo mais um biquinho que é rapidamente roubado pelo seus lábios.
-Ok eu não tou mais olhando… – você fala me abraçando e beijando meu pescosço do jeito que só você sabe fazer.
-Acho bom – eu suspiro tentando não ceder aos seus beijos. – ei… – eu te afasto subitamente.
-O que, fiz algo errado? – você se assusta.
-Não… É que você me prometeu diamante negro lembra? – falo na minha voz mais dengosa.
-Você quer agora?
-Uhum – eu confirmo fazendo biquinho.
-Eu vou sofrer muito quando você ficar grávida não vou?
-Quem mandou me mimar – eu dou um muxoxo fingindo estar ofendida.
-Meu coração. – você me dá um beijo, pega uma camiseta e um short, eu rolo na cama.
-Você vai sem me dar um beijinho?
-Nunca. – e você deposita aquele beijo citrico delicioso que só você tem.
Acho que a sorte me sorri todo dia, sempre que olho nos seus olhos castanho amendoados. A sorte de saber que eu tenho meu ninho nos seus braços, a sorte de poder te chamar de Amor.

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