A cada três onzenas e meia, tenho uma sensação ruim, como se minha vida fosse sem sentido, como se tudo não pasasse de uma farsa muito mal feita, uma peça mal elaborada, onde sou o protagonista, o palhaço de um picadeiro com os holofotes quebrados.
Pessimismo, sobre o que já vivi, sobre o que vem mais adiante. Covardia, medo principalmente, não do desconhecido, medo da frustração contra o buraco que poderei cavar pra mim mesmo…
Às vezes eu sou tão Pusilânime. Por definição: 1 pessoa covarde 2 que deixa de fazer o que quer por medo 3 poltrão 4 temeroso 5 precavido demais.
Não só eu, todos os seres humanos são assim, insatisfeitos por natureza, e talvez por isso queiram sempre aprender mais, descobrir mais, viver mais… Seres humanos são egoístas demais, e isso é bom.
O Amor, por exemplo, tudo nele conspira para dar errados, quantos relacionamentos bem sucedidos nós vemos, e quantos mal sucedidos vemos? Provavelmente você concordará comigo que existem muito mais relacionamentos que acabaram mal, não porque seus integrantes quiseram isso, é porque é da natureza humana, é da natureza do amor.
O mundo é um moinho, não devemos nos antecipar, eu apesar de às vezes duvidar, acredito no destino, pois se este não existe, como poderia viver em paz numa sociedade tão desconexa?
A felicidade, o amor, a esperança… Precisamos acreditar nisso para sobreviver, mas nunca com fé demais, se você cria expectativa, muito provavelmente receberá frustação em troca, e depois do arrependimento e da decepção, é o que mais perto chega do que leva uma pessoa ao suicidio.
Com calma, cada passo de cada vez, sejamos que nem o asno que um dia caiu no poço. Todos declararam que ele estava perdido, não tinham como tirá-lo de lá, e na próxima chuva, ele provavelmente iria morrer afogado, era fundo demais… E o pobre asno pesado demais para ser levantado… O dono piedoso, resolveu enterrá-lo, para que não ficasse sofrendo muito mais, e começou a ardua tarefa de jogar terra no poço… Quando o poço estava quase cheio, ao invés de parar de ouvir seu pobre animal, ele se deparou com ele cara a cara, porque ao invés de ficar se lamentando com a terra que seu dono lhe jogava nas costas, o asno sacudia-as e subia em cima da terra, até que chegou a boca do poço e sobreviveu.
Esses contos nos fazem pensar, como a vida pode estar nos dando provações, não que eu esteja dizendo pra você entrar de cabeça na vida e acreditar que tudo que vier será bom, não, não. Só quero dizer que embora estejámos resolvidos, a cada nova esquina nos deparamos com mudanças, e pessoas novas que mudarão quem somos, afinal o mundo é um moinho, que tritura nossos sonhos e vontades…
Sem pessimismo, sem otimismo, cada oportunidade que aparece em nossas vidas são fruto do que cultivamos, cada abismo que nos surpreende, foram cavados por nossos pés.
O amor, nada mais é que isso, se ele não te sorri ainda, é porque não precisas dele, ou porque não o mereces. Com calma, afinal o mundo é um moinho, dá voltas, e voltas, e o amor chegará em você.
Assim também são os relacionamentos, cada um serve para nos ensinar algumas coisas… Inuteis ou não, são lições… O melhor professor de uma pessoa, é a vida, e a vida é feita de relacionamentos… Não tenha medo, nem vontade que tudo mude, o destino há de ser justo…
Acredite no amor, não como o melhor sentimento do mundo, mas como um sentimento tão bom quanto você é…
Se você escutar Cazuza cantando isso um dia, e achar que é verdade ‘Preste atenção querida, em cada amor tu herdarás só o cinismo…’ é porque você foi ruim o bastante para merecer isso.
Vamos viver o que há pra viver… Inclusive o amor :B
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