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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Sem sal, sem açúcar. Muito álcool.

É que hoje eu vou dançar com a primeira que aparecer. Não vou me envolver, de preferência, nem o nome quero saber. Só por diversão e puro desprendimento. Vou beber até tombar. Até cair. Até esquecer.
Você pode muito bem fazer que não me viu no salão. Pode ignorar. Mas nunca esqueça que o assunto é muito sério quando se trata de amar.
Porque você me largou? Eu te fiz tudo que pude. Eu te amei mais, muito mais do que pude. Fiz do meu tudo você, bem querer.
Se não for pedir muito, só quero que não me diga nada que não seja verdade. Mais valem as verdades feias, do que mentiras bonitas. Será que você ainda é a mesma? Será que você nunca foi quem meu coração dizia ser?
Meu coração que já não aguenta sua ausência bate ao revés. Bate numa armadura. E você não me olhe assim, nem desolhe. Olhe nos meus olhos. Me reconheça.
Por tanto tempo dividimos a mesma cama. Planejamos. Sonhamos. Demos nomes aos que viriam. Confessamos nossos pecados. Morremos de amor.
Hoje eu vou beber e dançar até cair com a primeira que me olhar. Não precisa nem cativar. A moça da flor na cabeça ali no bar, ou até a outra que sorri um riso fácil, numa mesa. Que seja.
E eu vou dançar, outro corpo circular. Não vou esperar uma vida contigo, meu bem. A tua dança não me traz nada muito que esperar.
Vou beber até cair. Até bambear. Até nunca mais lembrar. De nada vale tudo, sem ter alma. Preciso mesmo é estar humilhado, no chão, sem eira nem beira. Sem honra.
Preciso beber até eu ser só coração. Até eu dizer verdades. Até encobrir o orgulho. De que vale a honra? Sem pudor, meu amor: te trago meu coração em uma das mãos, que é pra na outra caber o cafuné.
E eu falo, que é pra ver se derrete o teu coração. Porque esse coração em uma de minhas mãos não tem outra por quem bater. Ele bate como sempre, a sua canção. Enquanto meu desejo cabe sempre, muito bem em você.

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