99% dos meus amigos homens, reclamam dos dramas femininos, de saudade demais, de ligação demais, de pegar muito no pé, de ciúme besta… Enfim, “frangagens” consideradas nossas, meninas. 100% dos que reclamam, amam isso! Só não conseguem admitir. 99,999% não tem paciência pra fazer romancinho, criatividade pra escolher presente de dia dos namorados ou coragem de escrever cartões. Nem 3% deles agüentaria se relacionar comigo.
Sim, esses dados são todos baseados na minha incrível (ou não) experiência de vida. E sim, confirmo essa última frase do parágrafo anterior. Meus amigos por muitos anos disseram e pensaram que seria muito fácil se relacionar com uma mulher que não fica atrás, que não faz birra, que não fica horas pendurada no telefone, que não ta muito preocupada com nada, que prefere sair sem bolsa, que não fica de “mimimi”, que pensa muito mais com a cabeça do que com o coração. De fato, eles estavam enganados.
A maioria esmagadora dos homens que eu conheço, pregam que não querem ninguém pegando no pé, que gostam demais da liberdade. Eu também não abro mão da minha liberdade, não quero deixar de sair pra tomar uma com os meus amigos, não lembro aniversário de namoro… O que me coloca numa péssima posição, porque o que pode parecer um ponto positivo pra mim, é, na verdade, o ponto mais negativo de todos. Até porque, se eu não cobro, não quero ser cobrada! E nenhum homem (ou quase nenhum) quer uma mulher que pensa como homem! Que faz “calcinhão” nas amigas, que toma todas e fala merda sem parar, que fala muito palavrão, que não se importa em matar barata, que não tem paciência de provar muitas roupas em shopping, que sai sem se importar tanto com o que ta vestindo.
Nenhum dos meus ex-namorados conseguiu lidar bem com isso. No começo é ótimo pra eles, mas chega um momento em que eles querem uma ligação perguntando onde estão, uma DR, uma crisezinha de ciúme, isso até pra confirmar o que nós sentimos por eles. Porque, a grande maioria dos homens é carente. Acaba por precisar de provas e confirmações constantes do nosso amor. A maioria de nós, mulheres, é insegura e isso acaba fazendo com que elas provem o quanto amam, mesmo que sem querer.
Tenho um amigo que vive me dizendo que não consegue “se livrar” da ex. Ela é a típica mulher insegura, que pega no pé e vive correndo atrás. Ele gosta de fortalecer o ego dele sabendo que ela ainda não deixou de gostar dele. E ficam eternamente nesse jogo, ela tentando fazer ele voltar, jogando com toda e qualquer possibilidade. E ele, de alguma maneira, mantendo ela perto “para o caso de não aparecer ninguém mais interessante”. Ele diz que gosta dela, mas que ela sufoca, é ciumenta, preconceituosa, mente fechada, não gosta de sair, de beber… Enfim, muito diferente dele.
A melhor coisa que eu pude dizer foi: deixe ela livre. Não adianta você “reservar” ela, pro caso de nada melhor aparecer. Se um dia vocês tiverem que voltar, vocês vão voltar. De nada serve prender ela desse jeito, sem se resolver, em cima do muro, “nem fode, nem sai de cima”. É puro egoísmo, nem quer ser feliz com ela, nem deixa ela ser feliz com outro. Deixando ela livre e sendo livre, vocês podem se encontrar bem resolvidos, o que faria vocês dois se quererem muito mais.
Adianta falar? Não. Talvez as coisas sejam mais complicadas do que a minha cabeça masculina consegue alcançar. Talvez eles que compliquem demais. Mas, com toda certeza, isso vem do que eu disse antes: homem precisa de uma mulher que fortaleça seu ego. Coisa que “mulher-racional” nenhuma faz tão bem quanto uma “Amélia-insegura”.
Se a definição do meu signo (ou coisa do tipo) diz que eu sou racional, acertou em cheio! Sou racional e, feliz ou infelizmente, oposta à maioria dos seres humanos do meu sexo. E é isso que me faz tão contraditória. Se eu sou tão racional porque escrevo e falo tanto sobre sentimentos? Porque eu penso sobre as emoções, talvez… Pode ser que eu seja muito melhor em falar sobre sentimentos, do que senti-los realmente. Ou porque eu gosto mesmo de racionalizar tanto as coisas, que até com os sentimentos quero fazer o mesmo. Vai saber, né?
Em diversos aspectos sou mais macho que muito homem. Apesar dos pesares, – lá vem mais contradição – sou a favor das diferenças entre homem e mulher serem bem demarcadas. O que foi? Matar barata, ser racional, esquecer datas, não me faz uma mulher-macho, ué. Namorar um moleque pode ser complicado (ainda mais um moleque contraditório), mas também deve ter seu lado bom. De qualquer forma, parabéns pro meu namorado que vem sabendo lidar tão bem com a minha molequice e racionalidade!
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