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quinta-feira, 5 de maio de 2011

a triste arte de rejeitar

esse texto não é de minha autoria, recebi por e-mail de uma leitora do blog, pedindo para postá-lo, então, aqui está:

cant
“Mesmo nossa própria dor não é tão pesada como a dor co-sentida com outro, pelo outro, no lugar do outro, multiplicada pela imaginação, prolongada em centenas de ecos” – A Insustentável Leveza do Ser.
Durante muito tempo pensei que a pior angustia era a de ser rejeitada por alguém, gostar dessa pessoa, estar disposta a fazer tudo por ela e não receber nada em troca. Garanto que muitos pensam a mesma coisa. Só que esse pensamento só dura até o momento em que você tem que rejeitar alguém. Obviamente, quem rejeita pelo simples fato de não ter nenhum tipo de carinho ou respeito pelo outro não sente muito. Mas quando se tem que rejeitar para não enaganar uma pessoa querida, a dor é muito maior que a de ser rejeitado. O sentimento de angustia que você sente quando percebe que não consegue retribuir o carinho de alguém que está lhe dando tudo que tem é 10 mil vezes mais pesado que o do outro. Isso, porque você se culpa por não está consguindo sentir o que gostaria de sentir, está magoando alguém de extrema importancia, sabe a dor que o outro está sentindo(pois você também ja passou por isso) e se sente impotente, pois você gostaria de tomar uma atitude em relação a tudo isso, mas não sabe como tomar essa atitude. Isso tudo me remete a uma outra frase de Milan Kundera: “Torturava-se com recriminações, mas terminou por se convencer de que era no fundo normal que não soubesse o que queria: nunca se pode saber aquilo que se deve querer pois só se tem uma vida e não se pode nem compará-la com as vidas anteriores nem corrigi-la nas vidas posteriores.”
Não sei até onde estou certa, mas sei que não podia continuar sentindo que estava engando alguém, pois na minha mente, a palavra mais importante para um relacionamento é lealdade. Ser leal é mais do que ser fiel, mais do que ser sincero, mais do que ser respeitoso, ser leal é reunir tudo isso em um só adjetivo. Talvez a sinceridade de uma pessoa leal seja bruta, dolorosa, mas posso garantir que é a melhor dor que se pode sentir. Isso mesmo, pois na hora doi, e doi muito, mas depois você percebe que foi melhor ter sentido aquela tristeza por uma verdade, do que por uma mentira, pois pior que se sentir rejeitado é sentir-se enganado.
Não sei se todos concordam com isso, mas é o que penso no momento. Talvez eu aprenda que nem sempre deve-se agir com lealdade, aprenda que as vezes é melhor mentir para evitar uma dor maior no outro, mas agora, o mais justo para mim nao é a mentira. Tentei durante todos esses dias pós-término cuidar dos sentimentos de quem deixei para trás, respeitei a dor, a mágoa, e tentei ser o mais clara possível quanto aos meus sentimentos, mas o que venho percebendo é que devido as minhas verdades só consegui mais raiva, mais mágoa e ser interpretada da pior maneira possível. Por isso me pergunto, será que a verdade realmente é a melhor maneira de resolver problemas? Sempre ouvi isso e quando decido praticar tudo se volta contra mim. É amigos, a vida é mesmo muito contraditória, será que as pessoas relamente gostam da verdade? Desconfio muito disso. Acredito que agumas preferem viver na ilusão de uma mentira.
Sempre me coloquei como “a rejeitada” e sempre achei essa a PIOR posição. Só que percebo que pensava isso porque todo mundo tem uma quedinha pelo sofrmento alheio, é sempre mais comodo ficar do lado de quem foi abandonado e condenar quem abandonou porque são poucas as pessoas que passam por essa situação(a de abandonar) e sofre. As pessoas são egoístas, e talvez, por isso não sofram quando têm que abandonar um relacionamento. Não pensam no que o outro está sentindo, só no quando ele vai se sentir bem! E isso acaba gerando uma visão maniqueísta onde o bem é quem foi abandonado e o mal foi quem abandonou.
Tereza.

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