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quinta-feira, 5 de maio de 2011

De agressor e agredido, todo mundo já teve um pouco.

Sei que muita gente vai discordar do que eu vou dizer aqui. Mas pra mim não tem outra razão de ser. Não entendo porque as pessoas fazem todo esse auê com "bullying". Sinceramente, alguém ainda aguenta falar de "bullying"?


No meu tempo de colégio isso era chamado de "brincadeira saudável" e foi isso que me deu preparo, anticorpos e coragem para encarar a vida. Convenhamos, o colégio é um cu! E não tem outra função que não nos ensinar a socializar. Você aprende a corresponder as expectativas, a respeitar os limites dos outros, a entender que ninguém é igual a ninguém. E isso não é pra ser uma experiência traumatizante, mas sim, natural.


Eu continuo viva, mesmo depois dos mil apelidos que me surgiram naquela época, era "magrela" pra lá, "guenza" pra cá, "Hermione" pra todo lado. Até que eu cresci, deixei de ser guenza, e saí do colégio! Mesmo com os apelidinhos e piadinhas que fizeram comigo, eu não saí por aí atirando em ninguém. Pelo contrário, eu só tenho a agradecer a essas pessoas porque foram elas que me tornaram forte e quase inatingível.


Na minha época todo mundo "sofria bullying", todo mundo tinha apelido, todo mundo tirava onda da cara de todo mundo. No máximo, alguém era repreendido por uma professora, ficava de castigo no fundo da sala, mas era só. Isso não causou em ninguém problemas psicológicos, vulgo traumas. O que acontece com as crianças não é muito diferente do que acontece com os adultos, geralmente quem intimida é o inseguro que encontra nesse modo de agir um escudo protetor.


Na minha visão, as pessoas estão dando mais valor à questão do que ela realmente merece. Um doido não vai ser mais doido porque "sofreu bullying". Ele já é louco, vai encontrar num papel higiênico motivação para cometer suas maiores loucuras. E outra coisa, sempre vai existir alguém(ou alguéns) intimidador(es), seja no colégio ou na vida. As nossas crianças precisam sim, aprender a se defender! Porque, do contrário, serão adultos despreparados e sem condições de revidar ou se defender de alguma agressão.


Cada vez mais os pais querem colocar seus filhos em bolhas protetoras, sem perceber que a hora do primeiro contato com a vida real é essa mesmo, no colégio. Vamo acabar com essa histórinha de que seu filho é uma criancinha indefesa, né? A gente só consegue ser forte sendo livre e apanhando da vida, pra aprender como é. Porque no fim, ninguém pode carregar o filho no colo pra sempre.


Cléo Fante, educadora e autora do livro "Fenômeno Bullying: Como Prevenir a Violência nas Escolas e Educar para a Paz" afirma que o bullying "É uma das formas de violência que mais cresce no mundo". Mas isso é óbvio, né? O dito bullying sempre aconteceu e sempre vai acontecer, não adianta. Ele tá ganhando visibilidade agora, por isso que se pensa que os casos só aumentam. Na verdade eles não pararam de acontecer, só isso. O que está acontecendo, na minha visão, nada mais é que uma supervalorização do termo e da situação.


A cada frescura dessas, as crianças ficam mais cheias de "não me toque" e mais despreparadas. Pois filho meu, se não tiver apelido no colégio, vai ter em casa. Porque na vida a gente tem que sujar a mãozinha mesmo, se brincar, os braços inteiros. Solte um índio inocente, sem contato nenhum com a nossa sociedade e veja o quão perdido e indefeso ele será nessa sociedade. Na nossa cultura é necessário ser maior e melhor que tudo isso.


E se tem algum culpado disso tudo, são vocês mesmos, propagando os velhos valores de hierarquia nos colégios e na vida. Dissipando seus preconceitos e tornando do seu filho, um agressor. Acredito que se seu filho for seguro de si, bem instruído, um apelido não vai abalar em nada a personalidade ou o caráter dele. Ele vai rir muito e contornar a situação, com total indiferença.


Quem precisa de atenção não são os agredidos, mas sim os bullies(agressores), que geralmente são crianças inseguras, agressivas, que sofrem com baixa auto-estima, com dificuldades de socializar. Essas questões se não resolvidas perduram por toda a vida do indivíduo. A agressão é um mal que o próprio agressor carrega em sua consciência, enquanto o agredido deita a cabeça no travesseiro e dorme em paz.


E aí vai depender do caráter, da consciência e da educação de quem agrediu, perceber o erro e pedir desculpas. Isso se, foi uma coisa que realmente afetou ou magoou o colega. Vale ressaltar que de agressor e agredido, todo mundo já teve um pouco. Quem nunca inventou um apelido pra um colega? Quem nunca tirou onda da cara de ninguém? Quem nunca recebeu um apelido maldoso?


Não estou fazendo apologia à nenhum tipo de violência, mas sim defendendo um "mimimi" menor na educação. Para que as crianças de hoje possam ser grandes adultos!

3 comentários:

  1. I couldn't DESagree more.

    "Nossas crianças precisam aprender a se defender"? Então permitir um ambiente hostil de aprendizagem é ensinar as crianças a se defenderem?

    Porque não estupramos logo todas as mulheres, na idade dos 14 anos, para ensiná-las a se defenderem de possíveis abusos sexuais ou para prepará-las para o que pode vir a acontecer? Afinal, ninguém está a salvo de um estupro.. né?

    I couldn't DESagree more.

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  2. Ah, esqueci de dizer que DUVIDO que vc sofreu, realmente, bullying. Vc pode até ter tido alguns apelidinhos mesmo, mas tenho certeza que a INTIMIDADORA de verdade foi você!

    Sério que vc vai pôr apelido intimidador nos seus filhos? Sério, faz uma laqueadura AMANHÃ, querida. Por favor.

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  3. Natália, não seja tão radical. Eu não faço apologia ao bullying. Pelo contrário, acho absurdo qualquer tipo de discriminação. O meu texto foi uma crítica aos tempos de hoje em que TUDO é bullying. No qual um louco atira num monte de crianças indefesas e justifica isso porque sofreu de "bullying". Isso pra mim não existe! Com ou sem bullying os loucos vão existir e vão continuar fazendo suas loucuras por aí.

    Eu sou a favor de criar anticorpos, isso sim! Porque a vida do outro lado dos muros do colégio não é fácil! A vida lá fora é uma selva e só sobrevive quem tá preparado e tem malícia de escapar do que é ruim.

    A gente tem sim, que entrar em contato com gente falsa, mesquinha, grosseira, etc etc. Porque na vida, essa pessoa vai ser seu chefe, o gerente do seu banco, o marido da sua melhor amiga... Enfim, a convivência se faz obrigatória. Sempre tem um colega filho da puta querendo roubar seu cargo, sua mulher, seu melhor amigo, seu dinheiro, sua vida... Sempre tem alguém que vai jogar sujo e baixo, mas tão baixo que se você não estiver preparado, vai ser puxado junto.

    Existe bullying e "bullying": "Ele tá ganhando visibilidade agora, por isso que se pensa que os casos só aumentam. Na verdade eles não pararam de acontecer, só isso. O que está acontecendo, na minha visão, nada mais é que uma supervalorização do termo e da situação". - Eu falo no texto do que dizem ser "bullying" e me parece uma brincadeira saudável, que faz mas bem a quem sofre inclusive. Nesse caso, eu apoio e todo o blá blá blá dito no texto. Mas quando se trata de bullying, acho que é necessário que exista um trabalho no próprio colégio com os alunos que são agressores e agredidos. Porque quem agride, também precisa de ajuda.

    Eu não era intimidadora. Sempre tive meus apelidinhos, era motivo de chacota nos corredores e era tão na minha que nem na coordenação tinha coragem de ir. E graças a isso, passei a ser "intimidadora", na vida! Pois é lindinha, they can't scare me, if I scare them first. E não no sentido de "amedrontar" mesmo as pessoas mas sim de ser segura de mim e ser respeitada.

    Tem coisas na vida que só se aprende quando se vive a situação. Chorar não resolve nada, é verdade. Mas a longo prazo, te dá um força que você não tem ideia. Eu com toda certeza vou ter filhos e vou amar eles. E é justamente por isso que tenho OBRIGAÇÃO de preparar eles para a vida.

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