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quarta-feira, 4 de maio de 2011

Do jogo da conquista.

Taí, já ouviu falar em “Id”, “Ego” e “Superego”? O “Id” costuma ser o capetinha que te faz achar que pode tudo. Sabe aquela vontade de correr pelado no meio da rua num dia de chuva? Pronto, ele diz que você pode e deve fazer. Ele não tem medo, nem regras… ele te traz todos as suas necessidades (ou até desejos) mais primitivos. Daí aparece o “Superego” e te mostra o que os outros vão pensar disso, te lembra que existe uma sociedade e que você não pode destoar tanto dela fazendo o que te dá na telha, enfim… o “Superego” tenta te fazer politicamente correto.
Aí você me pergunta: E o “Ego”? Bom, você pode pensar como sendo você, no meio da briga eterna e interna entre “Id” e “Superego”. Pois é, meu caro, você nada mais é do que um mediador dessa briga, o que resulta dela… Pode acreditar em mim, a briga é feia. Nunca vi coisas tão opostas e que se odeiam tanto! E você, querido “Ego” pode discordar de mim, mas querendo ou não, o “Id” geralmente é o campeão, já que contorna o “Superego”de diversas maneiras, e no fim ele dá o jeito dele de fazer sua vontade se realizar.
O diabinho, ou seja, o “Id” tem umas armas muito baixas pra fazer da sua vontade realidade. Posso enumerar as principais: 1) Bebida: Já percebeu que quando você bebe você ama todo mundo, liga pra aquele cara, perde a razão, chora, ri, dança, canta, faz piadinha, seduz, mostra carência, fala demais… enfim, você perde a censura(vulgo “Superego”). Mas, é óbvio que o “Superego” vai se vingar, e pra isso existe o dia seguinte, e a ressaca MORAL: você jura nunca mais beber e fica lembrando e relembrando(do que consegue lembrar) a noite anterior.
2) Carnaval: Tudo bem, ele normalmente já vem associado a bebida, mas convenhamos, não é necessário ficar bêbado pra fazer loucuras no carnaval, o próprio clima e momento te empurram a surtar! Vai dizer que você não sai de casa carregando de tudo, menos o seu “Superego”? Pois é! No carnaval tudo pode, não tem ninguém pra te podar e dizer que você não pode beijar 15 em filinha! Ou que você não deve usar aquelas cantadas baratas. Ou que homem não pode se vestir de mulher, nem mulher de homem. Ou até que não pode dançar frevo com uma tiazinha estranha que tá vendendo cerveja!
E agora você está se perguntando qual o sentido dessa psicologia toda aqui. É simples. Tá, não é tão simples! Eu falei tudo isso pra chegar num ponto: até onde a gente se permite ser “Id” ou “Superego” na arte da conquista?
Não pode ligar, mesmo morrendo de vontade de ligar. Não pode dar na cara que tá a fim, não pode dar na primeira noite, não pode procurar, não pode demonstrar interesse… “não, não e não”, seria esse o “superego” te podando? Regras e mais regras. Se você demonstra demais, ele vai te usar, pisar em você e te largar. Se você não demonstra, ele vai achar que você não quer nada e isso vai desencorajá-lo a te procurar. Qual é o meio-termo?
Aí entro eu como exemplo: durante muito tempo não me preocupei em como agir com alguém, porque geralmente eu não me interessava. E de alguma maneira muito estranha isso fazia com que o fulano de tal corresse loucamente atrás de mim. O que não me importava lhufas, porque, na verdade, eu não tava nem aí pra ele. Mas, chega um momento em que você se interessa, e aí? Tava desacostumada com isso! Como dizer que foi legal ver a pessoa sem parecer piegas ou perseguidora? Como dizer que gosta de estar com a pessoa, mas hoje não tá a fim de sair de casa? Todas as suas ações tem que ser muito cautelosas pra não descumprir essas regras desse manual tão variante e confuso, que é o da conquista.
E é um tal de “faz isso, faz aquilo”, como se você tivesse um ritual de conduta a seguir. Como se pra alguém se interessar e/ou se apaixonar por você fosse necessário você ser outra pessoa, uma pessoa que é feita praticamente toda de “superego”(o que pra mim significa dizer que você é um completo chato de galochas). Você conhece a pessoa “certa” e passa a ser um personagem criado por matérias de “conquiste fulano(a)”, e mesmo assim a pessoa vai embora e você não entende, seguiu tudo direitinho…
A verdade é que não tem regra! Para cada pessoa que você encontrar na vida, vai ter uma maneira de conquistar. Porque não existe um só tipo de pessoa, existem pessoas carentes, bem resolvidas, divertidas, preguiçosas, antipáticas, porra-loucas, recatadas… E talvez não faça sentido pra uma pessoa porra-louca que você ligue a toda hora, mas pra uma pessoa carente, faz total sentido(só exemplificando).
Te dizem pra não ligar porque se ele realmente quiser algo com você, vai ligar. Aí você espera ele fazer contato, mas ele não faz. Aí você depois de muita peleja resolve ligar, e aí você descobre que ele tá chateado porque você não ligou e ele diz que chegou a conclusão que você não gosta dele, porque se você gostasse já teria aparecido. QUÊ??? Aí você puta da vida, chuta o balde, a parede, e o pneu do carro, dá um grito abafado no travesseiro, e de tanto checar o celular descarrega ele.
Essa é a primeira regra que você deve aprender: esqueça o que te disseram sobre conquistar alguém. Esqueça também o que dizem sobre a pessoa que você tá a fim, só você sabe como ela realmente age com você. E como ela agiu com os outros casos dela, até importa, mas não é o principal. Dizem que as mulheres gostam de romancinho, mas tem tantas aí pra mostrar que elas gostam mesmo é dos cachorros. Dizem que eles não gostam das que ficam atrás, que grudam, mas se você não tá nem aí, eles ficam inseguros pensando o que fizeram que não te fez ficar atrás. E cada um tem seu palpite sobre a melhor maneira de conquistar alguém.
Eu, sinceramente falando acho que quanto menos você pensa, melhor. Eu sei que é difícil não pensar, mas eu digo, quanto menos você tenta racionalizar as emoções e sentimentos mais fácil fica de lidar. É só sentir. Mande o “Superego” tirar um cochilinho às vezes. Seja você, aponte pra fé e reme! Se vai dar certo? Ninguém sabe, as chances são divididas em 50% para dar certo e 50% para não dar, em tudo que você faz.
É muito mais fácil você apresentar de cara os seus gostos, suas manias, dizer sim pra o que quiser que seja, e não para o que quiser que não seja. Não adianta fazer de conta que você não chora assistindo Breakfeast at Tiffany’s, porque um dia ele vai saber. Não adianta fingir que você não precisa de atenção, porque em algum momento você vai cobrar. Não adianta inventar que é uma cozinheira de mão cheia quando você nem sabe fritar um ovo. Não adianta mentir pra si mesmo dizendo que não tá esperando a resposta pra aquela mensagem, porque você tá. Uma hora essa pessoa criada por você desaparece e entra em cena quem você realmente é. Então, poupe tempo e se mostre! Se o outro não gostar, sempre tem alguém que gosta.
É simples assim, mostre a que veio! E daí que você é paranoica, gosta de mandar mensagem a cada 5 minutos, e precisa ouvir a voz do outro a cada hora? Essa é você, aceite. Se o cara se afastar, é porque você não faz o tipo dele e pense bem, ele fazia mesmo o seu tipo? O que adianta estar com alguém que não se interessa por você por inteira? Eu repito sempre: a gente ama o outro pelos defeitos. Se você pode suportar os defeitos do outro, acha eles até bonitinhos, você realmente ama.
Adianta estar com alguém que te acha linda, charmosa, inteligente, fofa, mas que no fundo detesta seu jeito de falar, e quando você faz piadinhas infames? E sempre que pode solta uma de que você devia mudar tal coisa(não no sentido de crítica construtiva, mas sim porque é algo que não o agrada). Queira estar com alguém que se orgulha das suas piadinhas infames, do seu jeito de falar, do seu péssimo gosto musical, enfim… de alguém que olhe pra você com olhos de encanto e diga pra todo mundo o quanto você é especial.
Ligue, corra atrás, mande mensagem, procure, adicione, marque encontro, suma, reapareça, suma de novo. Sem exagerar, sem se omitir, sem se precipitar, nem perder a hora. Tudo ao seu tempo e a sua medida! A medida de cada um só se conquista colocando na balança “Id” e “Superego” ou até sobrevivendo a essa guerra entre os dois. A disputa é inevitável, então, a faça ser proveitosa para o seu “Ego”. Se tiver que ser, vai ser. E acredite em mim, geralmente vem de onde você menos espera.

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