O texto de hoje não é meu, foi um desabafo de alguém com pseudônimo “Tomas”. Que precisava falar disso pra alguém, ou para alguéns. Espero que gostem!
De todas as formas de sentimento, em disparado a mais complicada delas é o amor. O amor não é um jogo, pois se fosse, seria um jogo onde todos os jogadores perderiam no final. A conquista ou “o jogo de sedução”, ainda não é amor, essa sim traz ideias vazias de vitória que não se aplicam ao amor. Se tratando de paixão eu entendo que o desejo de se sentir projetado pelo outro é muito egoísta para ser chamado de amor. Paixão é muitas vezes confundida com o amor, principalmente na adolescência, quando este sentimento novo e intenso invade vorazmente as mentes dos jovens. Porém intensidade não é amor, qualquer sentimento pode ser intenso até a repulsa.
Para os matemáticos de plantão eu diria que o amor é um sentimento vetorial. Você pode representar o amor com um gesto e você pode também representar um vetor como um seguimento de reta orientado. Porém, sabe-se que o amor é muito mais que um gesto, assim como um vetor é muito mais do que um seguimento. Ambos necessitam de um certo nível abstração para serem compreendidos pois, preenchem todo espaço que nos cerca e interagem com ele de uma maneira muito específica. Matemáticos também amam.
Como qualquer sentimento, o amor pode sim ser intenso, mas a intensidade do amor se alimenta do dia a dia. Não pode ser alimentado por uma descarga de desejo numa noite de balada. Por uma semana viajando com uma pessoa interessante ou por meses se acomodando em um relacionamento que não está bom e não fazer nada a respeito. Com o amor faz-se respeito mútuo, criam-se planos, expectativas e mais importante ainda se constrói uma admiração intensa pelo outro além de um desejo constante de estar ao lado fazendo sempre o melhor. Se por descuido ou acaso este amor acaba, não há vencedores. Todos perdem. Se alguém se demonstra querendo “terminar por cima”, então essa pessoa não amou. Se no jogo da conquista acabar um relacionamento é uma vitória, no amor é uma responsabilidade.
Pode-se dizer que a derrota menor é de quem não teve que decidir, ou tentou evitar pois pelo menos parte sem culpa. Se fossemos aplicar a ideia de jogo ao amor, ele seria como no frescobol. É possível aumentar a intensidade, acelerar, colaborar ou até ficar no limite suportado, porém não faz sentido nenhum forçar o erro do outro. Com isso entende-se que vencer no amor é continuar, não deixar a bola cair desejando a rotina previsível do parceiro, os pequenos gestos de mimos, os sorrisos que preenchem o dia e fazem a bola saltar de um lado para o outro. Não existe a “paradinha” do pênalti no frescobol, portanto nunca enganar, nunca dissuadir, e principalmente, nunca disputar. Pois jogar com amor só existe na mente de quem só consegue amar a si próprio.
Entender este amor que ela diz que “existiu e que ainda existe” é um desafio, principalmente como ela vem se demonstrando recentemente. O comportamento arrogante não só é alimentado pelo fato de ela ter terminado, mas por tomar atitudes numa tentativa de “terminar por cima”. Isso me coloca em dúvida se ela realmente sentiu o que diz, se realmente amou. Gestos como: fazer questão de mostrar que tem interesse por outras pessoas em específico, fazer questão de dizer que esta sendo procurada por outros, constantemente te lembrar de que você não vai ser único na vida dela completando que quando ela descobrir a diferença entre fazer amor comigo e com outra pessoa ela me conta, tudo isso dito com a desculpa de não estar lhe dissuadindo nem sendo pouco verdadeira.
“Eu não quero ser a filha da puta das suas lembranças” ela diz. Tem certeza? Palavras confundem, mas gestos confirmam meus argumentos e me dão certezas infelizes. Jogar com os meus sentimentos procurando minha companhia quando se sente só e a desprezando com atitudes esnobes quando está bem alimentam a mágoa. Engraçado que nos discursos a pessoa assim se torna a boazinha. Ela quer sua amizade, alega que vive sob a sombra do medo de magoar, é muito cautelosa, honrada e verdadeira. Mas essas verdades parecem mais ser alfinetadas.
E mesmo que não fossem, depois de tanto estrago será que adianta de algo? Na nossa tão falada analogia, é como querer convencer de que esta sempre se fazendo de tudo pra a bola não cair, porém deixando-a cair. E quando ela finalmente cai de vez, que estamos cansados como guerreiros após uma “batalha”, ela alega que tudo que mais queria era manter a bola longe do chão. Muitas vezes sinto a mágoa do fim do relacionamento, e me pergunto por que permiti que as coisas fossem desta forma. Então entendo que foi por que amei, tendo a certeza que só a persistência, carinho e respeito podem dar. Como ser forte no fim de um relacionamento? eis a questão. Negando as emoções? Todo o sentimento de frustração que agora existe com o fim? Não. Ser forte é ter a sabedoria pra deixar algo passar e ter a esperança de que as mágoas um dia vão sumir. Na verdade nua e crua superar é indiferença.
A parte do meu coração que foi estragada, já se sente assim, porém a outra parte que amou, demora um pouco pra se libertar da mágoa. Meu erro foi crer que amar era suficiente, o dela foi achar que poderia jogar com o amor. O amor não é um jogo.
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