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segunda-feira, 28 de março de 2011

“Homem que trai, o pipi cai!”


Como já dizia o meu querido dicionário Luft: “Tra.i.ção s.f. 1. Ação ou efeito de trair(-se). 2. Deslealdade; perfídia”. Eu nunca traí, mas provavelmente, já fui traída. Como esse não é o tipo de notícia que chega pelo correio junto com as contas (algumas vezes até chega naquelas cartas anônimas… mas, deixa pra lá!), fica difícil adivinhar se você é a famosa chifruda ou não.

Se tem uma coisa que me deixa abusada, é assistir alguém traindo e ficar quietinha. Outro dia saí com meu grupo de amigos, que claro, inclui alguns Ex-alguma-coisa (vai de namorados à paquerinhas). Tinha acabado de voltar de uma viagem de alguns meses, com algumas mudanças na aparência, enfim, uma nova mulher! Coloquei o meu melhor vestido, o meu melhor sapato, fiz a minha melhor maquiagem e lá fui eu, badalar pelo mundo. Chegando lá, me deparo com um Ex (daqueles que na nossa cabeça eram o grande amor das nossas vidas, sabe? E que você passa, sei lá, 3 anos morrendo de amores…), nos cumprimentamos e tudo bem. Bebidinha pra lá, dancinha pra cá, e depois de muitas tentativas de ganhar um beijo meu, ele desistiu e ficou aos beijos com uma figura desconhecida lá. Estaria tudo bem se ele não tivesse namorada.

Ainda por cima, a namorada dele morre de ciúme de mim, logo de mim, que sempre tento ajudar a pobre corna! Um dia ele foi inventar de contar toda a nossa história pra ela e se deu a confusão. A coitada é tão ciumenta que até pro aniversário dele, ela proibiu ele de ir porque eu estaria lá. Nesse dia, faltou pouco pra eu ligar pra ela e dizer: “Querida, não se preocupe, não adianta mais segurar ele em casa, você já é corna!”, mentira! Eu não sou tão malvada assim. Mas que dá vontade de dizer a ela: “se você não pode com seus inimigos, una-se à eles”, dá!

Assisti a cena a madrugada inteira, meio bêbada, e fazendo esforço para não soltar tudo que eu queria dizer a ele (sim, eu sou uma bêbada falante e sincera). Consegui me segurar e no outro dia fui conversar com ele, como amiga, esperando que ele entendesse que namoro é um compromisso que a gente assume com alguém e tudo mais, falei sobre sinceridade, confiança e blá blá blá. Ele fez que entendeu tudo, deu um risinho safado e disse: “Eu sei que errei, mas já me arrependi, nunca mais vai acontecer.” (eu não sei porque ainda acredito nessas coisas).

Na mesma semana, saímos todos juntos de novo, eu não estava mais com o meu vestido mais bonito, nem a maquiagem mais glamourosa, mas ainda assim, estava linda! Bebidinhas pra lá, conversinhas pra cá, sorrisinhos por todos os lados. E dessa vez, ele achou pouco trair, e resolveu que seria comigo! Entendeu minha conversa com ele sobre compromisso, ética, e sinceridade, como “chilique ciumento”. Pra cima de moi?! Não, eu não mereço isso. Aí, eu realmente desisti de vez, esse é safado e não tem pra onde.

Mas, o que me deixa encucada é: por que ele trai? Montei uma gama de possibilidades (lá vou eu com minhas possibilidades novamente). Possibilidade um: Ele trai porque não gosta dela. Se gostasse, não ia se interessar por mais ninguém. Ele pode jurar de pés juntos que ama a namorada, que isso pra mim vai ser mais uma das mentiras dele. Possibilidade dois: É porque tem homem que é assim mesmo, gosta de ter uma de porto e todas as outras pelo mundo. Porque é da natureza masculina achar que a infidelidade faz parte de sua natureza poligâmica. Eles podem amar suas namoradas e desejar outras sem o menor conflito, ligações de horas pros amigos e caixas de sorvete de chocolate. Possibilidade três: Ele quer treinar a capacidade criativa dele. Afinal, trair dá trabalho: haja fôlego para inventar desculpas e mais desculpas e atender demandas emocionais e sexuais de duas pessoas ao mesmo tempo!

Novamente deixei a minha preferida para o Gran Finale. Ele trai por quer é um egocêntrico, esdrúxulo, safado, descarado, sem vergonha, e que não tem o mínimo respeito e consideração pela pobre da namorada corna (eu nem gosto dela mas, perceba que isso pisa no meu calo, porque um dia desses poderia ser eu!). Tá bom, já esculhambei, avacalhei, desmoralizei, e ridicularizei (como preferir) o indivíduo, então agora, pra ele, só fica o meu lamento: “Homem que trai, o pipi cai!”.

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